«Estoy seguro de que moriré inédito», anotou, sem esperança, no seu diário, Roberto Bolaño, seis anos antes de morrer. Estava redondamente enganado. Depois dos livros póstumos - El secreto del mal, La Universidad desconocida, Entre paréntesis, Bolaño por el mismo e 2666 - que eu trouxe d uma recente viagem ao Chile, a voz fragmentária e testamentária de Bolãno ressoa, agora, na caixa negra do seu voo tragicamente inconcluso, convidando a adentrarmo-nos através da estranha cartografia dos seus livros por vir. É que depois do agente Andrew Wylie ter anunciado a descoberta, na caixa negra bolañiana - ou se se preferir, por corresponder melhor ao cânone, na sua arca pessoana -, do romance inédito El Tercer Reich, a editar em breve, leio em La Vanguardia a notícia da descoberta de mais dois romances inéditos do assombroso escritor chileno: Diorama e Los sinsabores del verdadero policía o Asesinos de Sonora. «El futuro del archivo, un mar de libretas y cuadernos de todos los tamaños, una vez inventariado, será seguramente una universidad. Adentrarse en sus páginas requiere la paciencia del paleólogo o del domador de pulgas», pode ler-se em La Vanguardia.
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